O sono do atleta

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Dr Agnaldo Carlesse, especialista em Medicina do Sono
Dr Agnaldo Carlesse, especialista em Medicina do Sono

Por séculos, o sono foi encarado como um mistério a ser desvendado. Apesar de ampla investigação no decorrer dos tempos, até hoje existem vários mitos sobre o tema.

Para algumas pessoas, o ato de dormir ocorre simplesmente por uma necessidade do corpo ao fim de um dia de trabalho. Muitos não conhecem os benefícios e malefícios de uma noite bem ou mal dormida. Porém, graças a diversos estudos e pesquisas, hoje temos ciência de uma pequena parte das vantagens de se ter uma boa noite de sono.

Durante o período em que estamos dormindo, nosso organismo se reorganiza secretando hormônios, sintetizando gorduras, liberando substâncias que nos deixam relaxados e renovados… Tudo isso para que, ao iniciar um novo dia, possamos realizar nossos afazeres com energia e vitalidade, inclusive aqueles que levam o esforço físico além dos limites da normalidade, como os atletas.

Foi exatamente por meio de estudos e pesquisas que pudemos entender que o ato de dormir bem não é uma simples necessidade do corpo, e sim uma atividade essencial ao nosso metabolismo. Em relação a atletas, por exemplo, descobriu-se que algumas horas de sono a mais podem ocasionar melhora no rendimento.

No entanto, deve-se entender que cada pessoa tem uma necessidade diferente de tempo de sono. Há quem precise de apenas 6 horas por noite para acordar renovado e pronto para encarar as tarefas do dia – são os chamados “dormidores curtos”. E existem indivíduos que necessitam de pelo menos 8 a 9 horas para se sentirem novo em folha na manhã seguinte – são classificados como dormidores longos. Somente após você identificar em qual grupo se inclui pode se programar para ter horas de sono de acordo com seu perfil.

Os atletas costumam ter uma rotina de treinos diários que se iniciam de manhã bem cedo ou ainda na madrugada. O rendimento não depende do perfil de sono, mas se um dormidor curto e um longo começarem seus exercícios no mesmo horário, a tendência é que o primeiro alcance sua meta com menos esforço que o outro, pois seu período de sono foi suficiente para recarregar todas as energias. Por isso, no caso dos esportistas, torna-se ainda mais importante realizar a classificação do perfil de sono.

Em resumo, o essencial não é ter horas de sono a mais ou a menos. Ter um sono de qualidade é o que realmente importa, pois ajuda a liberar substâncias necessárias ao nosso organismo, age na recuperação do tecido celular forçado durante os treinos/tarefas diárias e, além disso, melhora nosso raciocínio, concentração e humor. Faça por onde dormir bem!

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